Andarilho
O meu pensamento traduz o que o meu coração sente e assim
vou escrevendo e descrevendo o que os olhos da alma veem. Não importa se são
palavras bem-ditas ou malditas, história fictícia ou real tudo é bem-vindo na
vida desse andarilho, que não é errante, mas apenas um sobre vivente da fome, a
perambular pelas ruas da cidade. Andarilho que até na solidão tem a multidão
como companhia esse desencarnado vivo que na noite vaga na escuridão feito uma
alma penada e o que traduz a vida desse andarilho nas ruas da cidade esquecido
um mendigo a suplicar perdão pela simples condição de ter nascido assim. E reza
para que lhe deem, um pedaço de pão e afeto e de trapos que lhe cubram a nudez,
reza por crimes que não cometeu apenas não teve a sorte de bem dizer a vida,
num berço com carinho dos bem-nascidos. Então não importam as palavras bem-ditas
ou malditas para esse andarilho sobre vivente da fome a perambular pelas ruas
da cidade, com a herança maldita de quem vive as margens da sociedade.
Andarilho que a má sorte ensinou a ver em outros andarilhos o seu irmão de fé
seu bem maior e a se consolarem entre si a triste sorte do abandono e descaso
de muitos, mas eles tem amor e fé e esperança de que um dia não terão a fome a
lhe corroer o estomago a ponte não será a sua moradia mas apenas para eles
andar na noite não sentiram frio e sim
cobertores a lhe aquecer e o chão será de estrela apenas na canção e a lua apenas
fonte de inspiração e serão chamados de cidadãos e não de morador de rua.
Jalcy
Dias.
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