quarta-feira, 9 de março de 2016

Pobre pássaro



Tem no vento o cheiro chamuscado
De velas nem acesas nem apagadas
Naquele jardim encantado onde
Se tecem a sorte dos amores
Cheiro de sonhos e morte
De cravos que suspiram
Enquanto as rosas expiram
Naquele depósito distante
Onde todos os sonhos
Ainda repousam
Ou apenas voam
Nas asas de um
Pobre pássaro
Que leva consigo
O engodo e enjoo
Dos sonhos dos
Que aqui sucumbiram
Deixando no ar esse cheiro
De morte e velas nem
Acesas nem apagadas.

15/02/2016/

Jalcy Dias.

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