segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Segredos.

 
 Do nascimento a morte
A quem se orgulhe dos feitos
Como se fossem medalhas no peito
Ganhos nas façanhas do longo tempo vivido
Mas não contam  nos dedos os sonhos perdidos
No sóis acordado ou na cama do luar adormecidos
Divididos esquecidos na retina da mente
Que o ver aos olhos foi proibido
No tempo em algum lugar
Ocioso no deserto com a mancheia de areia
Ou nas colinas como as brumas ao se dissipar nas manhãs
Ou numa ilha de segredos
Guardados com chave de ouro
Ou o ouro já tenha satisfeito
Seus mais íntimos desejos
Por serem tão íntimos não
Lhe vale a pena revelar
Ou a terra já tenha feito pó
Naquele saco de sonhos
Já tenha dado um nó
Ou talvez guarde pra si
O regozijo desses sonhos
Secretos ou se arrependa
Tão somente só.


28/11/2015/ Jalcy Dias.

O que serei.


O que serei além de mim
 A não ser eu mesma
Nesse cortejo inútil e sem pressa
Que sobe lento e choroso
Para descer com júbilos
E cânticos de vitória  
Que não seja ossos soltos
Cinzas que voam
Sem cabelo sem memória.


1/02/2016/ Jalcy Dias.

Tão só.


Chegastes quando eu sonhava
Tão só e distraída
Não ouvi teus passos
Mas senti teu cheiro
Vindo na brisa do mar
Fechei os olhos
E fiquei a esperar
Ali estendida na areia
Não sei dizer
Se era dia ou noite
É apenas um detalhe
E para que saber se dormia
Ou se sonhava acordada,
Pois chegastes
No adiantado da hora
Antes que a palidez da morte
Já cobrisse-me as faces
E visse minhas cinzas
Sendo jogadas ao vento
Deixando saudosa essa hora
Cruel e insana é a morte
Que até os sonhos rondas
Tinhas que vir agora?
Justo na hora que estou
Nos braços de Morfeu!
E sonhava tão só e distraída!


11/12/2015/ Jalcy Dias

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Brisa.


Sentimento em cor.





No amarelo do sol está a minha saudade
Como uma foto amarelada pelo tempo.
No azul do céu estão meus sonhos
Sonhos que não envelhece, pois.
Sonho sempre, dormindo e acordada.

No vermelho do fim de tarde
Está minha paixão, pela vida.
Que Deus conceda a mim
Uma longa existência.

Como o verde da natureza
Está minha esperança,
Por que de mim ela não sai
Não se cansa não murcha.

Naquela nuvem branca
Lá! No céu está minha paz
Por quê? O meu interior
É Deus que comanda!


4/01/2016/ Jalcy Dias.

Um Deus.


O que damos a um Deus
Se não nossa devoção
Nossa fidelidade
Erguemos um santuário
E o elegemos senhor absoluto
E a ele nos damos como oferenda
E você é um Deus
Distante alheio descrente
Desse amor que mora em meu peito
Ora adormecido querendo acordar
 Em teus braços
Sentir o gosto da tua saliva nos teus beijos
Sentir o calor do teu corpo unido ao meu
Sentir teu prazer e dar te prazer
E no clímax do amor
Banhar-me no teu suor
Pois, nada resta a essa tua serva
Se não amar te e sonhar
Ou olvidar esse instante
Ou apenas caminhar entre flores e espinhos
Nesse templo de sonhos que ergui ao meu Deus
Faz dessa serva tua hera, pois o elegi meu Zeus
Há! Esperança vã dessa sua serva

Humilde, mas atrevida.
Que a um Deus imponente
Meus olhos se atreveram olhar
E o castigo por esse ato involuntário
Foi meu coração te entregar
E em tua indiferença tropeçar.


29/01/2016/ Jalcy Dias.