sexta-feira, 29 de maio de 2015

Tua voz.

Como os pássaros no entardecer,
Tua voz nunca ouvida soa como um hino,
Os pássaros louvando o fim do dia
E eu louvando o teu amor divino.


Ivenio Hermes, Jalcy Dias.

Confesso.

Confesso não queria desencarnar e ir para o mundo dos mortos, deixar a vida, família, amigos, é doloroso saber que não mais eles terão minha presença, meu afeto, mas sei que um dia não mais acharam faltas e ficarei só nas lembranças. É bom saber que a vida segue que eles terão muito tempo aqui para realizar seus sonhos e serão felizes e assim como eu deixarão neste mundo a semente o fruto do amor que seguirão em frente abrindo caminhos de geração a geração, isso me alegra, pois sei serei sempre lembrada pela minha família. Nesse mundo dos vivos eu sei do que somos feitos de amor, desgraça, e traspassa, mas e no mundo dos mortos como seremos almas penadas almas iluminadas ou simplesmente almas vagando a procura do que fui à vida eu não sei, mas como não tenho escolha um dia vou me escafeder dessa pra outra e ai a pergunta será que vai valer a pena, encontrarei meus entes queridos que já estejam lá seremos felizes nesse reencontro no além ou serei tão somente nesse dormir da morte em minha sepultura apenas ossos descarnados pelos vermes, esperando pelo tempo o decompor fazendo-o pó. Confesso não sei o porquê, mas tenho deixado esse fantasma trapaceiro que ronda a vida que nos assombra que deixa na terra a nossa prevenção de não a encontrar que não avisa a chegada e nos leva a vida num sopro que não nos deixa escolha que não pergunta se estamos preparados para morrer, mas é claro! Iria perguntar para que? Todos iriam responder que não! 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Quem sou eu.

Sou como os pássaros
Em seus cantos
No despertar das manhãs
Saudando o novo dia
Sou como os pássaros
Em suas revoadas
Na procura de novos caminhos
Hora voando em bando

Hora solitária no meu ninho.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Amor além da vida.


Mês de julho inverno faz muito frio, a neve cai em flocos lindos que vem do céu e vai acumulando nas ruas nas calçadas em mim no gorro que protege a cabeça e em meu casaco de lã, mas não me importo com aquele frio que congela meu corpo sinto os arrepios percorrer a espinha, resvalo na calçada caminhar nem pensar tenho que deslizar na neve e procurar manter o equilíbrio do corpo por que o da mente se perde em recordações de um passado tão distante, mas continua vivo em minhas lembranças e não poderia esquecer por que a cada ano no mês de julho temos nosso encontro marcado aqui nesse parque que viu nascer o nosso amor, hospedávamos no hotel simples, mas muito aconchegante de frente para aquele lindo parque que nos viu rir, chorar, cair e levantar, calado mudo, mas por trinta ano vivenciou conosco as trocas de juras de amor nossos beijos segredos de nós. Aqui o nosso templo sagrado para a redenção à purificação e a consagração desse amor que nos fez sentir em um só e vencer tantas barreiras e viver o irreal nesse sonho real, dizer teu nome não me atrevo si quer em pensamento para que ninguém descubra nosso templo do amor. De mãos dadas somos como duas crianças em suas travessuras, jogamos bolas de neve um no outro fizemos bonecos e dançamos na neve aquecida por nosso amor, ficávamos assim mudos, mas nosso olhar dizia tudo por nós e os beijos uniam nossos lábios e calavam nossa voz, mas pra que palavras quando o calor de um abraço nos aquece e fala por nós e de nada mais precisamos tudo se torna secundário ante a força do amor.  E o nosso amor se renova assim como as arvores com seus galhos folhas e flores, eu sinto teu cheiro a impregnar o ar e fecho os olhos e o sinto inundar meu corpo como o aroma das flores silvestres e meu coração se enchem de amor e paz, e não sinto o peso da idade nesse passar dos anos, só eu espero com alegria minha passagem para a outra vida, pois nosso amor vai além da vida.