Ai! Deus – Eu gritei
pensei que entraria no paraíso sendo saudada pelos anjos e trombetas soando em
minha chegada, mas não vi nem uma corneta quanto, mais um anjo pra me saudar me
dar boas vindas, mas, que rasteira feia chegando e dando de cara com um mundo
escuro cheio de obstáculos escorregadio como a pele de uma cobra verde como um
sapo monstros esses malditos, pernilongos, e moscas voando e se batendo em mim
uma coisa de arrepiar deixar os cabelos em pé.
Não fossem os mansos
anjos leões e tigres e mais uma legião de panteras negras que vieram em meu
socorro... Mas, na real eles queriam mesmo era um bom almoço. Eu com certeza
morri, mas não estou no céu nem no paraíso tão menos no inferno. Ai! Deus eu
estou num zoológico... vi uma arvore, mas tinha o tronco liso e galhos muito
altos não tinha escolha era subir na arvore ou ser devorada. Não pensei duas
vezes, me estiquei como um espicho de rabicho em dia de festa, já no topo da
arvore sentei entre os galhos e respirei fundo UFA que alivio esse que não
durou mais que uns segundo. Fui atacada por um bando de primatas de inicio
desconfiados, mas depois muito a vontade pulando em minha cabeça, agarrando-me
pelos braços, e pernas, ai!
Meu Deus é a decadência ser confundida com
primata. Na ânsia de livrar-me deles a debater-me dando com as mãos em pleno ar
e foi assim que bati em uma casa de marimbondos que vieram como doidos pra cima
de mim, e agora, não sei o que é pior ser confundida como uma primata, ser
picada por marimbondos, ou ser devorada por leões, e tigres, sem falar nas
minhas amigas panteras, não pensei muito e da altura em que eu estava joguei-me
ao chão.
Corri feito uma louca entrei na mata e
avistei umas pessoas sentadas em volta de uma fogueira e faziam uma dança
esquisita e tocavam tambores me aproximei e vi que tinham asas pensei estou
salva. Esses são verdadeiros anjos, mas de repente gelei vi um caldeirão em
cima da fogueira saindo vapor e eles olhando pra mim cantavam e riam na euforia
de ali estar seu belo jantar.
Ai! Deus outra vez eu
me ferrei não são anjos, mas uma tribo de indígenas e são canibais. Eu gritei
socorro e nada eles olhavam pra mim na cara deles dava pra ver o apetite voraz
de cada um. Escrevi ligeiro na terra com um graveto SOS, bem grande. Vai que de
repente um deles entende esse sinal e seja vegetariano estaria a salvo de ser
servida como jantar, mas continuava a avançar para mim eu então criei um metro
e meio a mais de pernas naquele momento e corri mais que elas poderiam aguentar
o que eu pensei serem asas era nada mais nada menos que arcos de flechas em
suas costas correndo e com muito medo, mas também com muita vontade de rir,
pois a minha miopia me fez ver asas e transformar em anjos os canibais. Ou
seria a minha arrogância em pensar por que morri devo ir para o céu.
Tenho alguns
pecadinho, a serem pagos no meio desse caminho
Mas como no sonho,
tudo é possível, de repente lá estava eu voando sobre a mata,
Com um belo par de
asas, como consegui não sei? Mas sair daquele zoológico de animais selvagens, estar
a salvo daquela tribo de indígenas canibais, sem marimbondos, como? Tinha que
terminar assim eu de tanto ver anjos imaginários acabei virando um e sai voando.
E assim acordei desse
sonho louco, um pouco assustada será que vou ter que viver essa experiência
após morte, à resposta deve vir em outro sonho, mas será que conseguirei dormir
eu dormir sim, mas sonhar não! Não quero não!
Sonhar com a própria
morte e acordar viva, é uma sensação de alivio, de bem estar, que só os vivos
conseguem sentir.